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sábado, 27 de fevereiro de 2010

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA

1. O ESPAÇO NATURAL E A AÇÃO HUMANA

1.1 Correntes do pensamento geográfico

     A) Determinismo geográfico
       - Origem na escola alemã, sob liderança de F. Ratzel;
       - "O homem é um ser que sofre influência marcante dos fatores físicos, pois o meio natural dita rigidamente as normas de sua ocupação.";
       - Os indivíduos que habitam as regiões tropicais possuem menor desenvolvimento que os habitantes de regiões temperadas, devido a influência do clima quente, que diminui a capacidade destes.

    B) Possibilismo geográfico
       - Origem na escola francesa, sob a liderança de Paul Vidal de La Blache;
       - "O homem sofre a influência do meio em que vive, mas é capaz de exercer influência sobre a natureza, adaptando-se às suas necessidades;
       - O indivíduo sempre está interagindo com o meio que habita.

    C) Geografia crítica
       - A questão de desenvolvimento é vinculada a situação de dependência e exploração existentes entre os países.

    D) Nova Geografia
        - Denominada de quantitativa, surge após a Segunda Guerra Mundial;
        - Escamoteia a realidade vivenciada pelos países subdesenvolvidos, ao afirmar que a situação de pobreza e miséria existente é um estágio superável a partir de adoção de política de planejamentos eficazes.


1.2 Conceitos de Geografia

    * Jean Brunhes: "ciência que estuda a organização do espaço terrestre e suas modificações nele implantadas pelo homem."

     * Levi Marrero: "ciência que estuda as diferentes paisagens da Terra e as modificações nelas introduzidas pelo homem, localizando-as, descrevendo-as, explicando-as e comparando-as entre si."


2. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA

         A) Princípio da Extensão ou Localização:
             - O geógrafo, ao estudar um fato geográfico ou área, deve proceder à sua localização e delimitação, utilizando para tanto os recursos atribuídos pela Cartografia.
             - Defensor: Frederich Ratzel

          B) Princípio da Analogia /Generalidade ou Geografia Geral
             - Delimitada e observada a área, o geógrafo deve compará-la com outras áreas, buscando semelhanças e diferenças existentes.
             - Defensores: Karl Ritter e Paul Vidal de La Blache

          C) Princípio da Causalidade
             - O geógrafo deve explicar os motivos das ocorrências dos fatos ou paisagens geográficas, ou seja, buscam as causas e examinam as suas consequências. É a própria lei de causa e efeito.

          D) Princípio da Atividade
             - Estuda as paisagens do ponto de vista dinâmico, verificando as mudanças e evoluções existentes nas paisagens (Mutações).
             - Defensor: Jean Brunhes

          E) Princípio da Conexão ou Interação
             - Estuda o relacionamento recíproco entre os fatos. Os fatos jamais devem ser estudados isoladamente, sendo sempre correlacionados. Um fato sempre influencia um outro fato.
             - Defensor: Jean Brunhes

                               EX: CLIMA ------- VEGETAÇÃO ------- SOLO

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Projeções Cartográficas


Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre vai acarretar deformações.

Os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico das projeções consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las. Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são:

a) Conformes – os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são deformadas.

b) Equivalentes – quando as áreas apresentam-se idênticas e os ângulos deformados.

c) Afiláticas – quando as áreas e os ângulos apresentam-se deformados.

Projeção de Mercator

Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos. Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas.

Projeções de Mercator ou Cilíndrica Equatorial.



Projeção de Peters

Outra projeção muito utilizada para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973. Sua base também é cilíndrica equivalente, e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos, como podemos observar no mapa a seguir.

Projeção Cilíndrica Equivalente de Peters

As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, resultando na representação das massas continentais, um significativo achatamento no sentido Leste-Oeste e a deformação no sentido Norte-Sul, na faixa compreendida entre os paralelos 60o Norte e Sul, e acima destes até os pólos, a impressão de alongamento da Terra

Projeção ortográfica

Ela nos apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos pólos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os pólos apresentam maior deformação.

Projeção cônica

Nesta projeção os meridianos convergem para os pólos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. São utilizados para mapas de países de latitudes médias.



Projeção de Mollweide

Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções.




Projeção de Goode, que modifica a de Moolweide

É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.



Projeção de Holzel

Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra que tem um ligeiro achatamento nos pólos.



Projeção Azimutal

Eqüidistante Oblíqua Centrada na Cidade de São Paulo. Nesta projeção, centrada em São Paulo, os ângulos azimutais são mantidos a partir da parte central da projeção.


Projeção Azimutal Eqüidistante Polar

Projeção eqüidistante que tem os pólos em sua porção central. As maiores deformações estão em suas áreas periféricas.




Noções de Cartografia

O vocábulo CARTOGRAFIA, etmologicamente - descrição de cartas, foi introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, (1791 - 1856). A despeito de seu significado etmológico, a sua concepção inicial continha a idéia do traçado de mapas. No primeiro estágio da evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado de mapas, para em seguida, conter a ciência, a técnica e a arte de representar a superfície terrestre. Em 1949 a Organização das Nações Unidas já reconhecia a importância da Cartografia através da seguinte assertiva:

"CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho."(1)

(1) ONU, Departament of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY - BASE MAPS FOR WORLDS NEEDS. Lake

A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e sócio-econômicos, bem como a sua utilização." 1966 Associação Cartográfica Internacional (ACI),

Forma da terra

Pitágoras em 528 A.C. introduziu o conceito de forma esférica para o planeta, e a partir daí sucessivas teorias foram desenvolvidas até alcançarmos o conceito que é hoje bem aceito no meio científico internacional.

A superfície terrestre sofre frequentes alterações devido a natureza (movimentos tectônicos, condições climáticas, erosão, etc.) e à ação do homem, portanto, não serve para definir forma sistemática da Terra.

A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre foram adotadas algumas superfícies matemáticas simples. Uma primeira aproximação é a esfera achatada nos pólos.


GEÓIDE - CARL FRIEDRICH GAUSS (1777-1855),

corresponde à superfície do nível médio do mar homogêneo (ausência de correntezas, ventos, variação de densidade da água, etc.) supostamente prolongado por sob continentes. Essa superfície se deve, principalmente, às forças de atração (gravidade) e força centrífuga (rotação da Terra). È importante destacar que o geóide possui o mesmo potencial gravimétrico em todos os pontos de sua superfície visto que as águas do oceano procuram uma situação de equilíbrio, ajustando-se às forças que atuam sobre elas,


Ainda assim foi preciso buscar um modelo mais simples para representar o nosso planeta. Para contornar o problema lançou-se mão de uma Figura geométrica chamada ELIPSE que ao girar em torno do seu eixo menor forma um volume, o ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO, Em geral, cada país ou grupo de países adotou um elipsóide como referência para os trabalhos geodésicos e topográficos, que mais se aproximasse do geóide na região considerada.

A forma e tamanho de um elipsóide, bem como sua posição relativa ao geóide define um sistema geodésico (também designado por datum geodésico). No caso brasileiro adota-se o Sistema Geodésico Sul Americano - SAD 69.

GEODÉSIA - "Ciência aplicada que estuda a forma, as dimensões e o campo de gravidade da Terra".

TIPOS DE REPRESENTAÇÃO DA FORMA DA TERRA

Por traço:

GLOBO - representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma Figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.

MAPA (Características): -representação plana; -geralmente em escala pequena; -área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.), político-administrativos; -destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.

" Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura planetária, delimitada por elementos físicos, políticoadministrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos."

CARTA (Características): -representação plana; -escala média ou grande; -desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática; -limites das folhas constituídos por linhas convencionais, destinada à avaliação precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes.

" Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala."

PLANTA - a planta é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente o nº de detalhes é bem maior.

“Carta que representa uma área de extensão suficientemente restrita para que a sua curvatura não precise ser levada em consideração, e que, em consequência, a escala possa ser considerada constante.”



Por imagem:
MOSAICO - é o conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e montadas técnica e artísticamente, de forma a dar a impressão de que todo o conjunto é uma única fotografia.

FOTOCARTA - é um mosaico controlado, sobre o qual é realizado um tratamento cartográfico planimétrico).

ORTOFOTOCARTA - é uma ortofotografia - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é uma perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano - complementada por símbolos, linhas e georeferenciada, com ou sem legenda, podendo conter informações planimétricas.

ORTOFOTOMAPA - é o conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

FOTOÍNDICE - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. O fotoíndice é insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas através do método fotogramétrico. Normalmente a escala do fotoíndice é reduzida de 3 a 4 vezes em relação a escala de vôo.

CARTA IMAGEM - Imagem referenciada a partir de pontos identificáveis e com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção, podendo conter simbologia e toponímia.



ESCALA:

Uma carta ou mapa é a representação dos detalhes naturais( morros, serras, planícies, vegetação, etc) ou artificiais ( cidades, represas, estradas,etc) da superfície topográfica e só estará completa se trouxer esses elementos devidamente representados.

Essa representação gera então dois problemas:

1- A necessidade de reduzir as proporções dos acidentes à representar, a fim de tornar possível a representação dos mesmos em um espaço limitado. Essa proporção é chamada de ESCALA

2- Determinados acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada, pois tornar-se-iam imperceptíveis, no entanto são acidentes que por usa importância devem ser representados nos documentos cartográficos. A solução é a utilização de símbolos cartográficos.

Definição: Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e sua medida real.

Distancia real = distancia no mapa x escala

Escala Grande(grande nível de detalhe, pouca área): que possuem escala superior 1:100.000 (plantas comuns e cadastrais);

Escala Média: que possuem escala entre 1: 100.000 e 1:500.000 (cartas topográficas);

Escala Pequena(pequeno nível de detalhe, grande área): que possuem escala inferior à 1: 500.000 (mapas de estados, mundo)

Lembre-se que matematicamente falando1/100 é maior que 1/1.000.000

Os mapas com escala pequena(1:1.000.000) tem o nível de detalhamento menor, porém abrangem maior área. Os mapas com escala grande(1:50.000) tem o nível detalhamento maior, porém abrangem menor área.


Escala numérica:

Significa que 1 unidade no mapa equivale a 25000 unidades na realidade.

1cm no mapa , equivale a 25000 cm ou 1m no mapa, equivale a 25000 m na realidade.

Escala gráfica:
É a representação gráfica de várias distâncias do terreno sobre uma linha reta graduada. A Escala Gráfica nos permite realizar as transformações de dimensões gráficas em dimensões reais sem efetuarmos cálculos.

Curvas de Nível:

Em uma carta topográfica, uma curva de nível caracteriza-se como uma linha que une todos os pontos de igual altitude em uma dada região representada. São associadas a valores de altitude em metros (m) e devem ser sempre eqüidistantes verticalmente.

Portanto, a curva de nível serve para identificar e unir todos os pontos de igual altitude de um certo lugar.

As curvas de nível nos permitem determinar sentidos de rios, locais íngremes ou suaves no terreno entre

outras utilidades. As curvas de nível são chamadas também de isoípsas, no entanto este recurso gráfico também pode ser utilizado para representar outras grandezas físicas como temperatura (isoterma), profundidade(isobata) pressão atmosférica (isobaras), precipitação (isoetas), etc...

SISTEMAS DE COORDENADAS

É um conjunto de linhas imaginárias (paralelos e meridianos) que traçados sobre a esfera terrestre nos dão medidas de latitude e longitude de um ponto qualquer na superfície terrestre.
Meridianos: são semicírculos de 180o traçados na direção Norte-Sul. Todos os meridianos são semicírculos máximos e dividem a Terra em dois hemisférios: Leste e Oeste.

Paralelos: são linhas circulares (que dão a volta na Terra) somando 360o. O equador é um círculo máximo, pois passa pelo centro da Terra, já os outros são círculos menores ou mínimos (traçados paralelamente ao Equador). Dividem a Terra em dois hemisférios: Norte e Sul.

Longitude: A longitude (de um ponto) é a distância em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre até o meridiano de Greenwich. O meridiano de Greenwich – 0o de longitude – onde inicia-se a contagem indo até 180o.
Latitude: A latitude (de um ponto) é a distância em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre até a linha do Equador. O Equador é o circulo máximo – 0o de latitude – onde inicia-se a contagem indo até os pólos nos quais a latitude é igual a 90o.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva (elíptica) da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre vai acarretar deformações. A única maneira fidedigna de representá-la é o globo terrestre, mas não é uma forma prática para manuseio e transporte de um lado para outro
Portanto não há uma solução perfeita para o problema, visto que sempre haverá distorções e deformações em um mapa qualquer que seja a projeção adotada.

As projeções cartográficas podem assim ser classificadas:

Quanto à superfície de projeção:

Planas (AZIMUTAIS)
Cônicas
Cilíndricas
Poli-superficiais

Quanto às propriedades:

Equidistantes
Conformes
Equivalentes
Afiláticas

a) Planas - este tipo de superfície pode assumir três posições básicas em relação a superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal) .

b) Cônicas - embora esta não seja uma superfície plana, já que a superfície de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja distorções e funciona como superfície auxiliar na obtenção de uma representação. A sua posição em relação à superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou horizontal)

c) Cilíndricas - tal qual a superfície cônica, a superfície de projeção que utiliza o cilindro pode ser desenvolvida em um plano (Figura 2.5) e suas possíveis posições em relação a superfície de referência podem ser: equatorial, transversal e oblíqua (ou horizontal).

d) Poli-Superficiais - se caracterizam pelo emprego de mais do que uma superfície de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato com a superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações (plano-poliédrica ; cone-policônica ; cilindropolicilíndrica).


Ainda quanto à superfície de projeção, podemos classificar as projeções como sendo:

a) normais – eixo do cone paralelo ao eixo da Terra;

equatoriais – eixo do cilindro paralelo ao eixo da Terra;

b)transversas – eixo do cone perpendicular ao eixo da Terra;

transversas ou meridianas – eixo do cilindro perpendicular ao eixo da Terra;

c)horizontais ou oblíquas – eixo do cone ou cilindro inclinado em relação ao eixo da Terra.

QUANTO ÀS PROPRIEDADES QUE CONSERVAM

Na impossibilidade de se desenvolver uma superfície esférica ou elipsóidica sobre um plano sem deformações, na prática, buscam-se projeções tais que permitam diminuir ou eliminar parte das deformações conforme a aplicação desejada. Assim, destacam-se:

a) Eqüidistantes (comprimentos) - As que não apresentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme.

b) Conformes(ângulos) - Representam sem deformação, todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, e decorrentes dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.

c) Equivalentes (áreas) - Têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando assim, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma relação com a área de todo o mapa.

d) Afiláticas - Não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, as projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.

As propriedades acima descritas são básicas e mutuamente exclusivas. Elas ressaltam mais uma vez que não existe uma representação ideal, mas apenas a melhor representação para um determinado propósito. Ex. projeção gnomônica,

Podemos ainda classificar as projeções de acordo com o ponto de vista do observador:







Exemplos de projeções

PROJEÇÃO CILÍNDRICA TRANSVERSA DE MERCATOR (Secante)

- Cilíndrica.

- Conforme.

- Secante.

- Só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas.

- Projeção utilizada no SISTEMA UTM - Universal Transversa de Mercator desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial. Este sistema é em essência, uma modificação da Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator.

- Aplicações: Utilizado na produção das cartas topográficas do Sistema

Cartográfico Nacional produzidas pelo IBGE e DSG.


Projeção de Mercator

Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos. Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas.

Projeção de Peters

Outra projeção muito utilizada para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973. Sua base também é cilíndrica equivalente, e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos, como podemos observar no mapa a seguir:


Projeção ortográfica

Ela nos apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos pólos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os pólos apresentam maior deformação.

Projeção cônica

Nesta projeção os meridianos convergem para os pólos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. São utilizados para mapas de países de latitudes médias.





Projeção de Mollweide

Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções

Projeção de Goode, que modifica a de Moolweide

É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.

Na próxima postagem tem mais galera!!! Abraço do Joka para todos!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O ESPAÇO GEOGRÁFICO E SEUS CONCEITOS

    O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das realizações humanas”).
   Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço geográfico apresenta definição bastante complexa e abrangente. Outros conceitos também relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção.
    A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre outros corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto importante da estrutura do espaço geográfico, a localização.
    Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço como sendo algo não passível de percepção, porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant introduziu a idéia de que o espaço é algo separado dos demais elementos espaciais. Entretanto, suas idéias não permitem concebê-lo como algo constituído de significado ou estrutura própria.
    Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um componente essencial para a compreensão do espaço, com ser que cria e modifica espaços de acordo com suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a concepção filosófica de espaço proposta por Maurice Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são concepções filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da concepção geográfica.
    A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse considerado como objeto de estudo, foi a introduzida por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de “espaço vital” se confundia com a de território a medida em que era atrelado à ele uma relação de poder. Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são desprezados.
    A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as mesmas propriedades físicas em todas as direções, homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, etc.).
    Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia crítica, que tem com base os pensamentos marxistas e para a qual o espaço é definido como o locus da reprodução das relações sociais de produção. Nesta concepção espaço e sociedade estão intimamente ligados.
    Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para geografia que passa a encarar o espaço como fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existentes entre os homens na sociedade.”.

DIVISÕES DO ESPAÇO

A) ESPAÇO GEOGRÁFICO: aquele que sofre ação do homem (antrópica) e está em constante modificação.

B) ESPAÇO NATURAL: aquele que não sofreu nenhuma ação modificadora por parte do homem ou da natureza ( catástrofes naturais etc).

C) LUGAR: está ligado a espaços que nos são familiarese e que trazem uma identidade, que fazem parte da nossa vida.

D) PAISAGEM: unidade visível do arranjo espacial que a nossa visão alcança, a paisagem tem seu caráter social, pois é formada de movimentos impostos pelo homem através do seu trabalho, cultura, emoção.

E) TERRITÓRIO: é o espaço físico caracterizado pela ação do Poder. Na política, é o espaço nacional controlado pelo Estado -Nação.


F) TERRITORIALIDADE: é a forma como os agentes (políticos, econômicos e sociais)moldam a organização do território.