As fortes chuvas que atingiram Alagoas e Pernambuco na semana passada elevaram o nível de rios importantes como o Rio Mundaú, o Rio Una, o Rio Capibaribe e vários outros que banham os Estados. A água transbordou por todos os lados afetando as famílias ribeirinhas e dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas. Até a manhã desta quarta-feira (23), foram contabilizados 44 mortos, segundo a Defesa Civil.
Toda essa chuva foi resultado de três fatores, sem ligação direta com fenômenos como o aquecimento global ou as mudanças climáticas. Para a meteorologia alguns eventos principais contribuíram para a chuva em grande volume.
Em primeiro lugar duas frentes frias de forte intensidade alcançaram o litoral do Nordeste na primeira e na terceira semana de junho, favorecendo a formação de nuvens bastante carregadas sobre o leste de Alagoas e de Pernambuco.
Maceió, capital de Alagoas, registrou 270 milímetros de chuva entre os dias 3 e 5 de junho, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia. A segunda frente fria só intensificou as áreas de nuvens carregadas. Até a segunda-feira (21), o acumulado de chuva estava em 470 milímetros, superando a média mensal da capital alagoana que é de 298,3 milímetros.
Em três dias, Recife, capital de Pernambuco, também teve chuva muito acima do normal, em torno de 350 milímetros. Desde o começo do mês já choveu 456 milímetros na capital, enquanto a média de junho é de 388,9 milímetros, de acordo com o Inmet.
As águas do oceano Atlântico Tropical estão com temperatura pelo menos 1 grau acima do normal ainda por influência da fase final do El Niño. As águas mais quentes provocam uma maior evaporação e isso também explica a formação de nuvens mais pesadas e ocorrência de chuvas extremas no leste do Nordeste.
Com a entrada do inverno é normal o aumento das chuvas em Alagoas e Pernambuco nos meses de junho e julho, mas o que chamou a atenção foi o avanço da chuva. Existe um aumento de umidade natural na faixa litorânea, mas neste episódio o volume de nuvens foi muito grande e chegou até o agreste, explica o meteorologista Wilibaldo Lopes, do Instituto Nacional de Meteorologia.
O pesquisador acrescenta que mais uma vez eventos extremos sobre país demonstram a nossa vulnerabilidade e a capacidade de um sistema de alerta. O investimento em radares e satélites é questionado há algum tempo. “A população que vive em área de risco precisa ser treinada para evacuar rapidamente”, ressalta Lopes.
Fotos: No topo, a cidade de Branquinha, no interior de Alagoas, uma das mais destruídas pela força das águas. Na sequência, imagem de satélite mostra as condições adversas sobre o litoral e Zona da Mata de Pernambuco em 18 de junho de 2010, às 02h30 BRT. Por último, gráfico mostra a anomalia da temperatura da água do mar durante o mês de maio. Na costa leste do Nordeste a água do mar está pelo menos 1 grau acima do normal, ainda sob influência do fenômeno El Niño. Crédito: Yuri Tenório/Alagoas 24horas/CPTEC-INPE-DSA/Apolo11.com
Nota do blog: é com enorme pesar que o Impactogeo destaca tal acontecimento trágico que se abateu sobre os habitantes de Branquinha , Alagoas. Com fé e muita ajuda do povo brasileiro, tais famílias irão conseguir a superação diante dessas dificuldades. Abbraço a todos os amigos do Impactogeo!!!
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