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quinta-feira, 31 de março de 2011

BIOMAS BRASILEIROS - PARTE 2

CAMPOS DO SUL - PAMPAS GAÚCHOS

 

Além de florestas tropicais, Pantanal, Cerrado e Caatinga, os Campos também fazem parte da paisagem brasileira. No sul do país, a vegetação é composta por campos limpos, as chamadas estepes úmidas.

De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, com uma composição bastante uniforme e com arbustos espalhados e dispersos. O solo é revestido de gramíneas, subarbustos e ervas.

Entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os Campos formados por gramíneas e leguminosas nativas se estendem como um tapete verde por uma região de mais de 200 mil km2. Nas encostas, esses campos tornam-se mais densos e ricos. Nessa região, com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais condições climáticas favorecem o crescimento de árvores.

Os Campos do Sul ocorrem no chamado "Pampa", uma região plana de vegetação aberta e de pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul para além das fronteiras com a Argentina e o Uruguai. São áreas planas, revestidas de gramíneas e outras plantas encontradas de forma escassa, como tufos de capim que atingem até um metro de altura.

Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos banhados, isto é, ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e aguapés que criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais como garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras. O banhado do Taim é o mais importante, devido à riqueza do solo. Tentativas extravagantes de drená-lo para uso agrícola foram definitivamente abandonadas a partir de 1979, quando a área transformou-se em estação ecológica.

Mesmo assim, a ação de caçadores e o bombeamento das águas pelos fazendeiros das redondezas continuam a ameaçar o local.

Ameaças

O domínio das florestas e dos campos meridionais se estende desde o Rio Grande do Sul até parte dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. O clima é ameno e o solo naturalmente fértil. A junção destes dois fatores favoreceu a colonização acelerada no último século, principalmente por imigrantes europeus e japoneses que alcançaram elevados índices de produtividade na região.

Devido à riqueza do solo, as áreas cultivadas do Sul se expandiram rapidamente sem um sistema adequado de preparo, resultando em erosão e outros problemas que se agravam progressivamente. Atualmente os campos, que já representaram 2,4% da cobertura vegetal do país, são amplamente utilizados para a produção de arroz, milho, trigo e soja, às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, entretanto, leva à desertificação, registrada em diferentes áreas do Rio Grande do Sul.

A criação de gado e ovelhas também faz parte da cultura local. Porém, repetindo o mesmo erro dos agricultores, o pastoreio está provocando a degradação do solo. Na época de estiagem, quando as pastagens secam, o mesmo número de animais continua a disputar áreas menores. Com o pasto quase desnudo, cresce a pressão sobre o solo que se abre em veios. Quando as chuvas recomeçam, as águas correm por essas depressões dando início ao processo de erosão. O fogo utilizado para eliminar restos de pastagens secas torna o solo ainda mais frágil.

Para expandir a área plantada, colonos alemães e italianos iniciaram, na primeira metade do século, a exploração indiscriminada de madeira. Árvores gigantescas e centenárias foram derrubadas e queimadas para dar lugar ao cultivo de milho, trigo e videira, principalmente. A mata das araucárias ou pinheiros-do-paraná, de porte alto e copa em forma de prato, estendia-se do sul de Minas Gerais e São Paulo até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100.000 km2 de matas de pinhais. Na sua sombra cresciam espécies como a imbuia, o cedro, a canela, entre outras.

Por mais de 100 anos a mata dos pinhais alimentou a indústria madeireira do sul. O pinho, madeira bastante popular na região, foi muito usado na construção de casas e móveis. Hoje restam apenas 2% da cobertura original da mata das araucárias. O que resta da vegetação original está confinado a áreas de conservação do estado.



MATA ATLÂNTICA - FLORESTA TROPICAL


A natureza exuberante que se estendia pelos cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados de Mata Atlântica na época do descobrimento marcou profundamente a imaginação dos europeus. Mais do que isso, contribuiu para criar uma imagem paradisíaca que ainda hoje faz parte da cultura brasileira, embora a realidade seja outra. A exploração predatória a que fomos submetidos destruiu mais de 93% deste “paraíso”. Uma extraordinária biodiversidade, em boa parte peculiar somente a essa região, seriamente ameaçada.

A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco. Originalmente estendia-se por toda a costa nordeste, sudeste e sul do país, com faixa de largura variável, que atravessava as regiões onde hoje estão as fronteiras com Argentina e Paraguai.
Espécies imponentes de árvores são encontradas no que ainda resta deste bioma, como o jequitibá-rosa, que pode chegar a 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também destacam-se nesse cenário várias outras espécies: o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês, a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude, como a Serra do Mar (1.100 metros) e Itatiaia (1.600 metros), onde a neblina é constante.

Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção são originários da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-azul-pequena. Além desta lista, também vivem na região gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc.

Apesar da devastação sofrida, a riqueza das espécies animais e vegetais que ainda se abrigam na Mata Atlântica é espantosa. Em alguns trechos remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do planeta.


AMEAÇAS

A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. De fato, é o ecossistema brasileiro que mais sofreu os impactos ambientais dos ciclos econômicos da história do país. Para se ter uma idéia da situação de risco em que se encontra, basta saber que à época do descobrimento do Brasil ela tinha uma área equivalente a um terço da Amazônia, ou 12% do território nacional, estendendo-se do Ceará ao Rio Grande do Sul. Hoje, está reduzida a apenas 7% de sua área original.

Em contraste com a exuberância da biodiversidade local, as estatísticas indicam que mais de 70% da população brasileira vive na região da Mata Atlântica. Além de abrigar a maioria das cidades e regiões metropolitanas do país, a área original da floresta também concentra os grandes pólos industriais, petroleiros e portuários do Brasil, respondendo por nada menos de 80% do PIB nacional.

Durante 500 anos a Mata Atlântica propiciou lucro fácil ao homem. Ainda no século XVI, houve a extração predatória do pau-brasil, utilizado para tintura de tecidos e construção. A segunda grande investida foi o ciclo da cana-de-açúcar. Grandes áreas de Mata Atlântica foram destruídas, não apenas para abrir espaço para os canaviais, mas também para alimentar as construções dos engenhos e as fornalhas da indústria do açúcar. O descaso ambiental era tão grande que, até o final do século XIX, ao invés de alimentar as caldeiras dos engenhos com o próprio bagaço da cana, prática rotineira no Caribe, optava-se por queimar árvores para servir de lenha.

No século XVIII, foram as jazidas de ouro que atraíram para o interior um grande número de portugueses. A imigração levou a novos desmatamentos, que se estenderam até os limites com o Cerrado, para a implantação de agricultura e pecuária. No século seguinte foi a vez do café, que exerceu um grande impacto sobre a Mata Atlântica. As florestas que cobriam o Vale do Paraíba, centro da produção cafeeira, foram destruídas com total falta de cuidado. O café, espécie de origem africana acostumado a crescer em áreas sombreadas, foi cultivado no Brasil em espaços abertos e desflorestados. As queimadas, feitas de forma descuidada, espalhavam-se pelas fazendas.

E, então, já na metade do século XX, chegou a vez da extração da madeira. No Espírito Santo, as matas passaram a ser derrubadas para fornecer matéria-prima para a indústria de papel e celulose. Em São Paulo, a implantação do Pólo Petroquímico de Cubatão tornou-se conhecida internacionalmente como exemplo de poluição urbana. Esse processo desorientado de desenvolvimento ameaça inúmeras espécies, algumas quase extintas como o mico-leão-da-cara-dourada, a onça pintada e a jaguatirica.

Do período colonial aos dias de hoje, as florestas da Mata Atlântica estão reduzidas a 7% de sua cobertura original, com áreas específicas, como as florestas de Araucária, com apenas 1% da cobertura remanescente.


Água e Mata Atlântica


A dimensão do domínio da Mata Atlântica, superior a 1,3 milhão de quilômetros quadrados, é tão ou mais grandiosa quanto a dos serviços ambientais que propicia aos habitantes de seu território.

Mesmo reduzida e fragmentada, a mata exerce influência direta na vida de cerca de 80% da população do país: nas cidades, áreas rurais, comunidades caiçaras ou indígenas, protege o clima, regula o fluxo dos mananciais, a fertilidade do solo, a proteção de encostas, entre tantas outras funções.

As grandes capitais brasileiras, por exemplo, - São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG) – são completamente abastecidas pelos rios que afloram desses remanescentes. E calcula-se que a Mata Atlântica garanta o abastecimento de mais de 120 milhões de pessoas, abrigando rios do porte do Paraná, Tietê, Doce, Paraíba do Sul, São Francisco, Paranapanema e Ribeira do Iguape.

Mas é na relação complementar entre a floresta e a água que a importância desse bioma pode ser melhor compreendida. Os remanescentes regulam a vazão dos rios, atenuando as enchentes, e após as chuvas permitem que a água escoe gradativamente.

Também filtram sedimentos, retidos na chamada mata ciliar, e melhoram a qualidade da água. O armazenamento da água da chuva, em mananciais de superfície ou reservatórios subterrâneos, ocorre ainda pela infiltração paulatina no solo, garantida pela folhagem, pelo tronco das árvores e suas raízes. E muitos dos processos erosivos são evitados por ação da cobertura florestal.

De outro lado, a poluição e escassez da água são determinantes para a degradação das florestas.

Explica-se, assim, porque maciços florestais como o da Cantareira, inserido na Região Metropolitana de São Paulo, são responsáveis pelo equilíbrio climático da cidade, pela manutenção da umidade e, principalmente, pela produção de água para a população. Só o Sistema Cantareira abastece 46% da população paulistana, onde se localiza este importante fragmento de Mata Atlântica.

Já em cidades como Bertioga, São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, praticamente toda a água consumida vem das nascentes que brotam na serra. O Parque Estadual da Serra do Mar, maior área legalmente protegida da Mata Atlântica do país, responde pela produção de água potável para boa parte do Vale do Paraíba, além do litoral centro e norte de São Paulo.

Benefícios como esses propiciados pela natureza dependem de mecanismos econômicos que os valorize frente à necessidade de uso pelo ser humano.

Da mesma forma que algumas matérias-primas possuem valor financeiro, os serviços prestados pelos ecossistemas, como a manutenção do equilíbrio hidrológico ou a capacidade de produção de água, precisam cada vez mais de instrumentos como a cobrança pelo uso da água ou a comercialização de créditos de carbono, como forma de reconhecer sua importância e proteger a floresta do qual são parte.

"Planejar a conservação desta região tão importante de maneira efetiva, que traga benefícios para a natureza e seus cidadãos, é um desafio. Por isso o WWF-Brasil, com auxilio de diversos parceiros, vem desenvolvendo e utilizando a Visão da Ecorregião da Serra do Mar. Um planejamento ecorregional que servirá como ferramenta para a implantação de políticas públicas e projetos de conservação em parceria com a sociedade", reforça a coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil, Luciana Simões.

FONTE: WWF BRASIL, 2011.

A cada post sobre os nosso Biomas, vejo o quanto é necessária a proteção e prncipalmente a busca por soluções para que se evite a destruição completa de toda biodiversidade brasileira. Através do conhecimento das características de tais formações florestais brasileiras é que podemos saber como agir diante de tantas ameaças existentes na atualidade.

Espero que tenha sido de grande utilidade as informações que o Impactogeo vem trazendo para todos vocês! O nosso objetivo é levar o conhecimento até vocês para que posteriormente seja expandido a todos os que lutam pela proteção ambiental.

Abraço a todos!!!
Joka Santos

Satélites detectam impacto da seca de 2010 sobre a Amazônia

A agência espacial americana, Nasa, revelou esta semana um novo estudo sobre a floresta Amazônica e os resultados não são dos melhores. Segundo a instituição, após a seca de 2010 o nível de verde da floresta diminuiu em cerca de nove vezes o estado do Tocantins e não voltou ao normal, mesmo após o fim da temporada.



O estudo foi elaborado por uma equipe internacional de cientistas que usaram mais de uma década de dados coletados pelos instrumentos MODIS (Espectroradiômetro Imageador de Resolução Moderada) e TRIMM (Missão para Medição de Precipitação Tropical), a bordo dos satélites de sensoriamento remoto TERRA e AQUA. A análise dos dados produziu mapas detalhados da vegetação amazônica e demonstrou que o verdor da floresta diminuiu significativamente após a seca de 2010.
O trabalho foi conduzido pelo cientista Xu Ling, ligado à Universidade de Boston e aceito para publicação na revista Geophysical Research Letters, da União Geofísica Americana.

Aquecimento Global

A sensibilidade à seca das florestas tropicais da Amazônia é um assunto de intenso estudo por parte dos especialistas. Os modelos de computador preveem uma mudança climática com temperaturas mais quentes e padrões de precipitação alterados que podem levar ao estresse hídrico das florestas, transformado-as em pastagens ou cerrados arborizados. Os modelos também mostram que esse processo liberaria na atmosfera o carbono armazenado na madeira podre, o que poderia acelerar ainda mais o aquecimento do planeta.

Essa interpretação também é compartilhada por centenas de cientistas e instituições ligados ao IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que alertaram que secas similares poderiam ser mais frequentes na região da Amazônia no futuro.

Em seus estudos, os autores desenvolveram mapas das zonas afetadas pela seca utilizando os limiares de precipitação abaixo da média como guia. Em seguida, identificaram as áreas de vegetação usando dois diferentes índices de vegetação, capazes de identificar áreas foliares ou em desenvolvimento.

Os mapas mostram que a seca de 2010 reduziu as áreas verdes em cerca de 2.5 milhões de km quadrados, mais de quatro vezes a área afetada pela severa seca que atingiu a região em 2005.

"Os dados coletados pelo instrumento MODIS sugerem um impacto severo, generalizado e de longa duração na vegetação amazônica, maior que aquele inferido baseado apenas em dados pluviométricos", disse a cientista Arindam Samanta, coautora do trabalho, ligada ao Instituto de Pesquisas Atmosférica e Ambientais, de Lexington, Massachussets.

A severidade da seca de 2010 também pode ser observada nos registros dos níveis da água dos rios de toda a bacia amazônica, incluindo o Rio Negro, que representa os níveis de precipitação sobre toda a Amazônia ocidental. Os níveis fluviométricos começaram a cair no final de agosto de 2010 e atingiram níveis recordes de baixa no final de outubro. A normalização só começou com chegada das chuvas no inverno da região.

Segundo pesquisador Marcos Costa, coautor do estudo junto à Universidade Federal de Viçosa, o trabalho confirma as observações feitas nos níveis dos rios da região. "2010 foi o ano mais seco já registrado com base em 109 anos de observações do Rio Negro no porto de Manaus", disse o pesquisador.

Plataforma NEX

Assim que os primeiros relatos de uma severa seca começaram a aparecer na mídia no ano passado, os autores passaram a processar em tempo quase real as gigantescas quantidades de dados coletados pelos satélites. Para isso utilizaram a plataforma NEX, desenvolvida pelo centro Ames, da Nasa, que permite análises em um ambiente colaborativo de supercomputação, reunindo dados, modelos e recursos de computação.

Com NEX os autores puderam obter rapidamente uma visão em larga escala do impacto da seca nas florestas da Amazônia, finalizando o trabalho em janeiro de 2011. Trabalhos similares sobre o impacto da seca em 2005 levaram cerca de dois anos para serem publicados.

"O monitoramento da vegetação do nosso planeta através de satélites é crítico e com o NEX podemos fazer o trabalho de forma muito mais eficiente e fornecer informações em tempo quase real", disse Nemani Ramakrishna, cientista junto ao Ames e autor de artigo sobre o projeto NEX, publicado esta semana na revista especializada Eos, também ligada á União Geofísica Americana.

Arte: mapa mostra a anomalia de vegetação entre os meses de julho a setembro de 2010, obtida com os dados coletados pelos satélites TERRA e AQUA. Crédito: Nasa/Ames Research Center/Apolo11.
Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/mudancas_climaticas.php?titulo=Satelites_detectam_impacto_da_seca_de_2010_sobre_a_Amazonia&posic=dat_20110330-111129.inc

sábado, 26 de março de 2011

A HORA DO PLANETA 2011

Criada pela ONG WWF, a Hora do Planeta é uma ação simbólica, promovida em 134 países e 3,8 mil cidades. Ideia é deixar as luzes apagadas durante sessenta minutos no sábado, 26, das 20h30 às 21h30.








Após a confirmação das prefeituras de Salvador e Florianópolis, o Brasil terá ao todo dezessete as capitais participando da Hora do Planeta, inclusive São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba e João Pessoa, engajadas na ação que busca chamar a atenção para questões ambientais.

Criada pela ONG WWF, a Hora do Planeta é uma ação simbólica, promovida em 134 países e 3.800 cidades, na qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos no sábado, 26, das 20h30 às 21h30. A estimativa é de que mais de 1 bilhão de pessoas participem do evento, que ocorre desde 2007. Em homenagem às vítimas da tragédia no Japão e das enchentes do começo do ano no Brasil, neste ano o primeiro minuto, em silêncio, será em lembrança aos afetados pelas intempéries e tremores.

De acordo com o coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, Carlos Rittl, a Hora do Planeta é "um ato simples que busca chamar a atenção das pessoas para o cuidado que temos que ter com o planeta. A ação simbólica é um chamado para a reflexão, para o questionamento de como estamos contribuindo no dia a dia para um mundo melhor e sustentável". Na avaliação dele, no Brasil o evento também chama a atenção para questões específicas internas, como o desperdício da água e a preservação das florestas.

Segundo a ONG, no Brasil 98 cidades registraram formalmente a participação, indicando monumentos que terão suas luzes desligadas. Na capital paulista, serão desligadas as luzes do Estádio do Pacaembu, da Biblioteca Mário de Andrade e dos Arcos do Anhangabaú, além da Ponte Estaiada, o Obelisco do Ibirapuera, o Monumento às Bandeiras, o Teatro Municipal e o Mercado Municipal.

Público

No Rio de Janeiro, cidade âncora do movimento no Brasil, serão apagados os ícones Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Igreja da Penha, Castelinho da Fiocruz, Monumento aos Pracinhas e os Arcos da Lapa. O País terá pela primeira vez um evento aberto ao público que marca o início da Hora do Planeta a partir das 19 horas, nos Arcos da Lapa, com presença prevista da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Após o minuto de silêncio, o público assistirá à apresentação das baterias das escolas de samba Mangueira, Portela, Grande Rio e União da Ilha. De acordo com Rittl, outras capitais poderão ter eventos parecidos nas próximas edições. "A junção entre consciência ambiental e cultura ajuda a chamar mais a atenção para a nossa causa", falou.

Na capital baiana, de acordo com a prefeitura, ficarão apagados o palácio Thomé de Souza, o Elevador Lacerda, as estátuas dos Orixás do Dique do Tororó, a Praça Castro Alves (estátua do poeta), a estátua do Cristo, o Farol da Barra, além dos monumentos Clériston Andrade, Estação da Leste e Abaeté.

Em comunicado, o prefeito soteropolitano, João Henrique, disse que "Salvador não poderia ficar de fora desse movimento que chama a atenção para promoção da sustentabilidade ambiental, uma vez que este é um fio condutor de nossas políticas e estratégias operacionais", citando ações da municipalidade como a troca pela administração em locais públicos de lâmpadas que consomem menos energia.

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) também aderiu ao movimento, sendo o primeiro órgão do gênero no País a fazer parte da ação. O TJ-BA irá apagar as luzes dos prédios e fóruns judiciais. O objetivo do órgão é de que magistrados e servidores, que chegam a 11 mil, multipliquem a ideia com suas famílias, amigos e comunidade. Em Brasília, serão apagadas as luzes do Palácio do Buriti e Anexo, Memorial JK, Teatro Nacional, Catedral, Museu do Índio, Complexo Cultural da República e Ponte JK.

Mobilização

Conforme comunicado da ONG, no Brasil, "ao todo, 1.514 empresas e organizações se cadastraram no site www.horadoplaneta.org.br , que traz histórias e dicas sobre como participar, além de materiais promocionais como banners, filmes, cartazes, imagens, papéis de parede, protetores de tela e twibbons para twitter e facebook".

Este ano, 13 novos países aderiram à ação. São eles: Jamaica, Uganda, Suazilândia, Irã, Tajiquistão, Chade, Azerbaijão, Gibraltar, Palestina, Suriname, Usbequistão, Trinidad e Tobago e Lesoto. Fazem parte também metrópoles como Nova Délhi, Mumbai, Buenos Aires, Moscou, Teerã, Istambul e Londres.

Da Acrópole de Atenas ao nova-iorquino Empire State, passando pela Opera House de Sydney, lugares emblemáticos de todo o mundo também apagarão suas luzes. Na Europa, o Portão de Brandemburgo, em Berlim, o relógio londrino Big Ben e a Torre de Pisa, na Itália, ficarão às escuras.

A organização receberá até as 16 horas de amanhã (hora de Brasília) os termos de adesão, para oficializar a participação de municípios. Também assinaram o termo de adesão as capitais Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Natal (RN), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Fonte: Época Negócios/Globo News

quinta-feira, 24 de março de 2011

Saudades...

Queridos amigos, infelizmente não tive como postar no blog esses dias por motivo pessoal, que me levou hoje a deixar esse post como forma de Homenagem à minha querida avó Raimunda Rodrigues dos Santos.

Uma mulher de fibra, que veio ao mundo para irradiar toda a sua luz, seu carisma, sua bondade e seu amor. Mãe querida, avó dedicada e bisavó amada, sentiremos muito a sua falta, de seus ensinamentos e de suas palavras de conforto. 

Compartilho esse momento com todos vcs meus ilustres visitantes, pois acima de tudo, são todos meus queridos amigos! Logo retornarei com as postagens. Até mais ver queridos amigos!

sábado, 19 de março de 2011

BIOMAS BRASILEIROS - PARTE 1

O Brasil é dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, possui as maiores reservas de água doce e um terço das florestas tropicais que ainda restam. Estima-se que aqui está uma em cada 10 espécies de plantas ou animais existentes.

Confira abaixo o mapa dos principais biomas da natureza brasileira:


AMAZÔNIA

Na Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no planeta. Ela é um gigante tropical de 4,1 milhões de km2. Porém, apesar dessa riqueza, o ecossistema local é frágil. A floresta vive do seu próprio material orgânico, em meio a um ambiente úmido, com chuvas abundantes. A menor imprudência pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio delicado.

A floresta abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Desta forma, o uso dos recursos florestais pode ser estratégico para o desenvolvimento da região. As estimativas de estoque indicam um valor não inferior a 60 bilhões de metros cúbicos de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo.

A Amazônia é, também, a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil. O setor florestal contribuiu com 15% a 20% dos Produtos Interno Bruto (PIB) dos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Os insetos estão presentes em todos os estratos da floresta. Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais íngremes exploram os níveis baixos e médios. Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. No extrato terrestre estão os jabutis, cotias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte.

Mais do que uma floresta, a Amazônia é também o mundo das águas onde os cursos d’água se comunicam e sazonalmente sofrem a ação das marés. A bacia amazônica - a maior bacia hidrográfica do mundo com 1.100 afluentes - cobre uma extensão aproximada de 6 milhões de km2. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de água. A Amazônia é, de fato, uma região vasta e rica em recursos naturais: tem grandes estoques de madeira, borracha, castanha, peixe, minérios e outros, com baixa densidade demográfica (2 habitantes por km2) e crescente urbanização. Sua riqueza cultural inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos sem esgotá-los nem destruir o habitat natural. No entanto, a região apresenta índices sócioeconomicos muito baixos, enfrenta obstáculos geográficos e de falta de infra-estrutura e de tecnologia que elevam o custo da exploração.

LUTANDO PARA SOBREVIVER

Classificado como o país de maior diversidade biológica do mundo, o Brasil tem sua riqueza natural sob constante ameaça. Um exemplo dessa crítica situação é o desmatamento anual da Amazônia, que cresceu 34% de 1992 a 1994. A taxa anual, que era de pouco mais de 11.000 km2 em 1991, ficou em 16.926 km2 em 1999 conforme dados oficiais. A atividade agrícola de forma não-sustentável e a extração madeireira continuam sendo os maiores problemas. A extração tende a aumentar na medida em que os estoques da Ásia se esgotam.

Embora o país tenha uma das mais modernas legislações ambientais do mundo, ela não tem sido suficiente para bloquear a devastação da floresta. Possuímos o Direito Ambiental, como forma de proteção, mas os problemas mais graves são a insuficiência de pessoal dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das populações locais. Solucionar essa situação depende da forma pela qual os fatores político, econômico, social e ambiental serão articulados.

Outra forma de destruição tem sido os alagamentos para a implantação de usinas hidrelétricas. É o caso da Usina de Balbina, ao norte de Manaus. A baixíssima relação entre a área alagada e a potência elétrica instalada tornou-se um exemplo de inviabilidade econômica e ecológica em todo o mundo, além de ser uma usina de produção de GÁS METANO, grande poluidor da atmosfera terrestre, devido às árvores que foram inundadas e que estão apodrecendo. A atividade mineradora também trouxe graves conseqüências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com mercúrio.

Outro grande problemas enfrentado pela Floresta Amazônica está na Biopirataria, sendo esta, na atualidade, o grande desafio das autoridades, que ainda não elaboraram um planejamento para conter os diversos casos de genes brasileiros que são surrupiados a olhos vistos do nosso país. Vários principios ativos de plantas, venenos de animais silvestres que são utilzados na fabricação de medicamentos e que não trazem ao Brasil nenhum tipo de retorno financeiro, pois os países que praticam tal atividade ilegal, patenteiam os recursos naturais brasileiros como se fossem os genuínos proprietários, apoderando-se dos Royalties da comercialização. Um caso em especial foi o do Cupuaçu, quase patenteado pelo Japoneses, não fossem os protestos de grupos ambientalistas que abriram os olhos dos nossos políticos, que infelizmente quase deixaram acontecer esse absurdo.

Mais de 12% da área original da Floresta Amazônica já foram destruídos devido a políticas governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo, aliados à pressão econômica, que levou a uma ocupação desorganizada e ao uso não-sustentável dos recursos naturais. Segundo estimativas oficiais, até 2020 a Amazônia terá perdido 25% de sua cobertura nativa.


CAATINGA

Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km², a Caatinga abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais. Região de clima semi-árido e solo raso e pedregoso, embora relativamente fértil, o bioma é rico em recursos genéticos dada a sua alta biodiversidade. O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente.

A Caatinga, chamada de "Mata Branca", apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro.


No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas áreas normalmente localizam-se próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior.


Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapadas, percorrem extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga). Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascente na região permanecem secos por cinco a sete meses do ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.

Quando chove, no início do ano, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar. Na Caatinga vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. O último exemplar da espécie vivendo na natureza não foi mais visto desde o final de 2000. Outros animais da região são o sapo-cururu, asa-branca, cotia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagüi-do-nordeste, entre outros.

· Estudos recentes mostram que cerca de 327 espécies animais são endêmicas (exclusivas) da Caatinga. São típicos da área 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves. Entre as plantas há 323 espécies endêmicas.


Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na região coberta pela Caatinga, em quase 800 mil km2 de área. Quando não chove, o homem do sertão e sua família precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo.

Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C) provoca intensa evaporação. Na longa estiagem os sertões são, muitas vezes, semidesertos que, apesar do tempo nublado, não costumam receber chuva.

AMEAÇAS
 
O homem complicou ainda mais a dura vida no sertão, estabelecendo fazendas de criação de gado que começaram a ocupar o cenário já na época do Brasil Colônia. Os primeiros habitantes não entendiam muito sobre a fragilidade da Caatinga, cuja aparência árida denuncia uma falsa solidez. No combate à seca, foram construídos açudes para abastecer de água os homens, seus animais e suas lavouras. Desde o Império, quando essas obras tiveram início, o governo prossegue com o trabalho.

Os grandes açudes atraíram ainda mais colonos, que estabeleceram novas fazendas de criação de gado. Em regiões como o Vale do São Francisco, a irrigação foi incentivada sem o uso de técnica apropriada. O resultado foi a salinização do solo. O problema acaba agravado pelas características da região, com solos rasos e intensa evaporação de água provocada pelo forte calor. A agricultura nessas áreas tornou-se impraticável.

Outro problema é a contaminação das águas por agrotóxicos. Depois de aplicado nas lavouras, o agrotóxico escorre das folhas para o solo, levado pela irrigação, e daí para as represas, matando os peixes. Nos últimos 15 anos do século XX, aproximadamente 40 mil km2 de Caatinga se transformaram em deserto devido à interferência do homem sobre o meio ambiente da região. As siderúrgicas e olarias também são responsáveis por este processo, devido ao corte da vegetação nativa para a produção de lenha e carvão vegetal. Além desses, tem-se a grande quantidade de queimadas que exterminam com os nutrientes do solo, sendo praticada com a agricultura de roça, em muitas áreas do interior do país. Sua principal consequência é a aceleração do processo de DESERTIFICAÇÃO, intenso em áreas como Gilbués, no Piauí.

O sertão nordestino é uma das regiões semi-áridas mais povoadas do mundo. A diferença entre a Caatinga e áreas com as mesmas características em outros países é que, nessas outras regiões, as populações costumam concentrar-se onde existe água. No Brasil, entretanto, o homem está presente em toda a parte, tentando garantir a sua sobrevivência na luta contra o clima.
 
 
Por enquanto é só meus amigos. Continuaremos em um próximo post os belos biomas que possuímos no país. Abraço a todos!

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011 - ENFIM, A NATUREZA!!!

            Olá caros amigos e ilustres visitantes do Impactogeo, espero que estejam gostando das postagens atuais e que continuem mergulhando nesse mundo extraordinário da Geografia, pois a maior riqueza do homem sempre será o poder do conhecimento. Jamais poderão tirar essa riqueza de vocês, isso eu garanto!
           Enfim, o post desse sábado (19/03) vem expor a todos o importante tema da Campanha da Fraternidade de 2011 , que traz a Natureza como ponto principal de discussão: "A Fraternidade e a vida no Planeta." Demorou, mas chegou o momento da Igreja realmente discutir  novamente um tema de suma importância para a sobrevivência do seres nesse planeta. Futuras gerações podem sofrer muito com os desmandos e descasos que ocorrem com o Meio Ambiente.



           Na quarta-feira, 9, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2011 (CF), que tem por tema: “Fraternidade e a Vida no Planeta” e lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22).
            Esta é a 47ª Campanha da Fraternidade desde que foi criada em 1964.
          A conscientização sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas está entre os principais objetivos da Campanha. A busca de ações que preservem a vida no planeta é outra meta da CF.
          Com 124 páginas e dividido em quatro partes, o texto-base, carro-chefe da CF, apresenta o conteúdo a ser discutido ao longo da Campanha. Na primeira, faz uma análise da realidade procurando estabelecer as causas do aquecimento global e das mudanças climáticas.
           Toca na relação que há entre o aquecimento global e as atividades humanas; questiona o modelo energético do País; denuncia o desmatamento e as queimadas, responsáveis por 50% da emissão de gases de efeito estufa no Brasil; interpela o agronegócio e o atual modelo de desenvolvimento. A Campanha vai alertar, ainda, para a ameaça à biodiversidade e para o risco da escassez de água no planeta.
          A segunda parte do texto-base busca na Bíblia, na teologia e na palavra da Igreja a fundamentação do tema e do lema da CF. Já na terceira parte, aponta diversas atitudes que podem ser tomadas por pessoas, comunidades, governo, empresas e instituições, com o objetivo de preservar a vida no planeta Terra.

MOTIVAÇÃO
             Para o secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, a Igreja é motivada pela fé quando discute temas como o proposto pela CF deste ano. “A fé nos torna específicos numa discussão como essa.
            A nossa fundamentação é teológica e se baseia no próprio projeto de Deus para com a criação e para com o ser humano”, explica dom Dimas. “A ecologia humana é um tema fundamental trazido pelo papa João Paulo 2º e, depois, por Bento 16. De acordo com o papa, o centro do universo está na pessoa humana e, muitas vezes, as políticas públicas não levam em conta esses dois pontos, principalmente as pessoas mais vulneráveis, os mais pobres”, acrescenta.
            Esta não é a primeira vez que a CF aborda o tema meio ambiente. Em 1979, a Campanha discutiu o tema “Preserve o que é de todos”; em 2004, “Fraternidade e Água – Água, fonte de vida”; e, em 2007, a Amazônia foi lembrada: “Fraternidade e Amazônia – vida e missão neste chão”.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Catástrofe no Japão - A Geografia explica

Núcleo da Terra: A usina de força que produz terremotos


Sempre que acontecem grandes terremotos, muitas pessoas acreditam que eles sejam provocados por fatores externos, como fase e posição da Lua ou tempestades solares. No entanto, a fonte propulsora dos terremotos está bem abaixo dos nossos pés e foi criada há bilhões de anos.








Quando os terremotos do Haiti e do Chile aconteceram em 2010, diversas pessoas escreveram para nós acreditando que era possível prever os abalos simplesmente relacionando-os às fases da Lua. Agora, passado mais de um ano dessas duas tragédias, alguns especularam que os tremores estariam associados à forte atividade solar, observada quase que simultaneamente.

Infelizmente, isso não é verdade. Se assim o fosse, a previsão dos devastadores terremotos e tsunamis estaria tremendamente facilitada, pois bastaria observar as fases da Lua e a atividade solar para ter elementos suficientes para se prever terremotos. Sonhar é bom!



Fases da Lua
No caso das fases da Lua, o mito surge da ideia de que a força gravitacional provocada pelo nosso satélite, tanto de atração como de repulsão, seriam capazes de influenciar o movimento das placas tectônicas, onde ficam assentados os continentes, as cidades e os oceanos. Isso acontece por que muitas pessoas, ao saberem de um forte terremoto olham a fase da Lua, que coincidentemente pode estar cheia ou não. Se em dois ou três terremotos a Lua estiver cheia, relacionarão erroneamente que a Lua cheia provoca terremotos.

No entanto, esses observadores esquecem que todo ano existem cerca de 12 Luas Cheias. Se considerarmos que todo ano também acontecem aproximadamente 150 terremotos com magnitude acima de 6.0 graus, fica fácil verificar que os tremores acontecem em qualquer fase da Lua, seja ela cheia, nova, minguante ou crescente.

É certo que a atração gravitacional exercida pela Lua tem alguma influência nas camadas mais profundas da crosta e do manto e em alguns casos pode até provocar microssismos, mas não há evidências de que podem disparar terremotos.

Por outro lado, como as fases da Lua influenciam diretamente nas marés oceânicas, alguns estudos mostram que em algumas áreas costeiras podem ocorrer microssismos, neste caso disparados pela força da maré e não pela atração gravitacional da Lua.


Tempestades Solares
Outra teoria imediatamente lançada pelos leigos quando acontecem terremotos é a da influência das tempestades solares, principalmente quando essas acontecem antes de grandes eventos. Neste caso, o raciocínio é mais complexo, mas também incorreto.

A ideia é de que as partículas lançadas pelo Sol interagiriam com a magnetosfera terrestre e também com o magnetismo gerado no núcleo da Terra. Isso, de alguma forma alteraria o magnetismo terrestre a ponto de afetar a movimentação das placas tectônicas.

É importante destacar que não existe qualquer estudo científico que afirme isso e os poucos trabalhos que existem na tentativa de relacionar a influência solar aos terremotos são bastante frágeis e inconclusivos. Até o presente momento, a única influência das tempestades solares sobre nosso planeta está restrita às camadas mais altas da atmosfera, especialmente a ionosfera.

Da mesma forma que as fases da Lua, os terremotos acontecem e sempre vão acontecer, esteja o Sol apresentado instabilidades ou não.

Por outro lado, a teoria das tempestades solares é a que mais se aproxima do modelo adotado cientificamente para explicar os terremotos. Não devido aos humores do Sol, mas por citar a fonte geradora do campo magnético terrestre, o núcleo planetário. É ali que todo o processo tem início e foi criado desde os primeiros momentos da formação do nosso planeta, há 4.5 bilhões de anos.






Correntes Convectivas
Além do campo magnético, o núcleo terrestre é o responsável diretamente pelos tremores de terra sentidos aqui na superfície. A alta temperatura criada nas profundezas da Terra produz correntes de convecção em toda a parte líquida no interior do planeta. Isso faz com que o magma, localizado no topo da astenosfera, se movimente. Como as placas tectônicas estão à deriva sobre o magma incandescente, essas também se movimentam, levando consigo os continentes e provocando a colisão, afastamento e deslizamentos entre as placas.










O núcleo da Terra
O núcleo terrestre é formado por duas regiões. A mais interna é sólida e muito quente, formada por um grande cristal de ferro altamente denso, chamado núcleo interno. Esse núcleo, por sua vez, é envolvido por uma camada líquida, de consistência pastosa e quase sólida, formado entre outros elementos, por ferro, níquel e silício.

O calor no interior do núcleo sólido atinge cerca de 6 mil graus e ainda é remanescente desde a época da formação do nosso planeta. Ao que tudo indica, esse calor é mantido até os dias de hoje graças ao constantemente decaimento dos isótopos radioativos.


Campo Magnético
Os modelos atuais também mostram que é o movimento de convecção do material do núcleo externo ao redor do núcleo interno a causa da formação do campo magnético terrestre. Esse campo se propaga por mais de 60 mil quilômetros no espaço, criando uma região chamada de magnetosfera, capaz de desviar as partículas carregadas que foram ejetadas pelo Sol.

Como vocês podem verificar meus amigos, a Geografia sempre está em nosso cotidiano, sempre podendo explicar aquilo que nossos olhos veem mas não entendem. Sempre que surgirem dúvidas em relação à Geografia pode visitar o Impactogeo que você sempre terá o melhor! Abraço a todos! Até o próximo post.

Artes: no topo, fotos aéreas da cidade de Sendai, na costa nordeste do Japão, horas depois que um tsunami atingiu a localidade, em 11 de março de 2011. Na sequência, Lua Cheia e Tempestade Solar. Dois objetos sempre lembrados para explicar os terremotos. Acima, corte transversal da Terra e esquema das correntes convectivas, que movimentam as placas tectônicas. Créditos: Agência Kyodo/Apolo11.com.